terça-feira, 26 de maio de 2015

Luiz Marenco - Senhor das Manhãs de Maio (Live)





Meu galpão de alma tranquila ressucita todo dia
Cada vez que o sol destapa sua silhueta sombria
E desenha cinamomos na minha querência vazia

Senhor das manhãs de maio ceva este mate pra mim
Que eu venho a tempos de lua minguando os sonhos assim
Os que eu posso sonho aos poucos os que eu não posso dou fim

{Silêncio quando posso quando quero sou estrada
Divido as coisas do tempo bem antes da madrugada
Numa prece que bem lembro refaço minhas orações
Pai nosso que estais no céu precisai vir aos galpões}

No descaso dos galpões solito quando me vejo
É que se achega a saudade com seus olhos de desejo
Pondo estrelas madrugueiras neste céu de picumã
Parecendo que se adentra pra contemplar minha manhã

Meus sonhos tomei pra vida pra minha rédea ao meu gosto
Pras dores da minha alma se ela cruzar este agosto
Por favor senhor dos mates não deixe a manhã tão triste
Mateia junto comigo que eu sei que tu ainda existe

{Silencio quando posso quando quero sou estrada
Divido as coisas do tempo bem antes da madrugada
Numa prece que bem lembro refaço minhas orações
Pai nosso que estais no céu precisai vir aos galpões
Pai nosso que estais no céu precisai vir aos galpões.}
  • Música"Senhor Das Manhãs De Maio (Live)" por Luiz Marenco

A calma do tarumã, ganhou sombra mais copada
Pela várzea espichada com o sol da tarde caindo
Um pañuelo maragato se abriu no horizonte
Trazendo um novo reponte, prá um fim-de-tarde bem lindo

Daí um verso de campo se chegou da campereada
No lombo de uma gateada frente aberta de respeito
Desencilhou na ramada, já cansado das lonjuras
Mas estampando a figura, campeira, bem do seu jeito

Cevou um mate pura-folha, jujado de maçanilha
E um ventito da coxilha trouxe coplas entre as asas
Prá querência galponeira, onde o verso é mais caseiro
Templado a luz de candeeiro e um "quarto gordo nas brasa"

A mansidão da campanha traz saudade feito açoite
Com olhos negros de noite que ela mesma querenciou
E o verso que tinha sonhos prá rondar na madrugada
Deixou a cancela encostada e a tropa se desgarrou

E o verso sonhou ser várzea com sombra de tarumã
Ser um galo prás manhãs, ou um gateado prá encilha
Sonhou com os olhos da prenda vestidos de primavera
Adormecidos na espera do sol pontear na coxilha

Ficaram arreios suados e o silêncio de esporas
Um cerne com cor de aurora queimando em fogo de chão
Uma cuia e uma bomba recostada na cambona
E uma saudade redomona pelos cantos do galpão 
Música "Quando o Verso Vem Pras Casa" por Gujo Teixeira, Luiz Marenco, Jari Terres, Gujo Teixeira, Luiz Marenco, Jari Terres

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